quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PJMP RN

Olá Juventude ! ! !


Parabéns pelo nosso novo espaço.


Veja:

Fiquem à vontade para comentar as postagens e se cadastrar como seguidor.

Carta do III congresso da PJMP

30 Anos de Fé e Vida no Meio Popular

Em nossas mãos, um sonho em mutirão!

BOM JESUS DA LAPA-BA, 26 A 30 DE JANEIRO DE 2009.

Nós, os participantes do 3º Congresso da PJMP, reunidos em Bom Jesus da Lapa - BA, de 26 a 30 de janeiro de 2009, comunicamos a todos e a todas a nossa experiência de irmã(o)s, vivenciada às margens do Rio São Francisco e sob as bençãos do Bom Jesus.

Em primeiro lugar, queremos partilhar o sentimento que contagia o nosso ser desta força transformadora, que brota da Lapa onde o Bom Jesus escolheu para morar, no meio deste vasto sertão nordestino, na qual, milhares e milhares de peregrinos aqui acorrem para intensificar o seu encontro com Ele. Nós, jovens do meio popular, também estamos aqui como seus peregrinos. Suplicamos a força necessária para continua lutando por vida plena para todos.

Vivemos um tempo de aprofundamento das contradições da sociedade capitalista, que supervaloriza o consumo em detrimento da qualidade de vida e concentra nas mãos de poucos a riqueza coletivamente produzida, aumentando assim, o fosso social entre ricos e pobres. A juventude do meio popular é vitima desse perverso modelo de sociedade. Neste sentido, aproveitamos para denunciar o extermínio da juventude que atinge diretamente os jovens negros e pobres que habitam as periferias das nossas cidades e sofrem com a negação da garantia dos direitos fundamentais, como moradia e alimentação dignas, acesso a educação e saúde de qualidade, democratização do acesso a informação, cultura e lazer e oportunidades de trabalho, emprego e rende, que possibilitem o seu completo protagonismo. Aspectos já garantidos pela Constituição Federal, porém negados na prática.

Denunciamos ainda a reprodução nos dias de hoje, em nossa sociedade, da discriminação racial e de gênero, da homofobia, do sexismo, do desrespeito as culturas regionais e, especialmente, a nordestina e indígenas e as agressões ao meio ambiente, resultantes do desenvolvimento econômico predatório que privilegia o lucro em vez do bem da mãe terra.

Apelamos à sociedade e a Igreja, através dos seus líderes para que não abandonem as juventudes e, especialmente, a do meio popular, sendo sensíveis as suas necessidades e ao seu jeito de ser e de se organizar, através de uma relação dialógica e não piramidal. Temos consciência do nosso protagonismo não simplesmente no futuro, mas já no tempo presente.

Diante disto, em sintonia com o Fórum Social Mundial, que está acontecendo em Belém do Pará, ousamos sonhar e nos comprometemos com o grande mutirão por “um outro mundo possível”, onde a vida seja plena e possamos ser saciados na nossa sede de viver e ser feliz, como prenúncio do reino definitivo, tendo o Pai-Mãe à cabeceira da mesa, distribuindo o alimento da festa e dançando conosco a ciranda da paz no grande ILEAÔ.

Bom Jesus da Lapa - BA, 30 de janeiro de 2009.

Relato do Congresso - Lauro Costa



Olá, companheirada!


Que beleza que foi o nosso Congresso!!!


Estávamos precisando desse momento de reafirmação de nossa caminhada e mostrar que a chama está mais acessa do que nunca. Estávamos precisando dessa fonte para nos embebedarmos e reanimarmos para as nossas lutas cotidianas e acreditar mais ainda que somos fortes quando percebemos que não estamos sozinhos nessa batalha pela vida, justiça e consciência de que somos capazes de mudar a situação de desconforto que todos nós, jovens empobrecidos, vivemos diariamente.


Tive a oportunidade de participar de alguns momentos de construção do congresso e vi o quanto que a juventude do NE3 se empenhou para fazer esse congresso acontecer, assim como outras pessoas de outras regiões.


Foi bastante comentada por companheiros do NE2 a ausência de momentos que falassem do criador da pastoral, Dom Hélder Câmara, que este ano comemoramos o seu centenário. Outro fato bem perceptível é a ausência de nós jovens do NE2 na construção do congresso, nós que até então tínhamos construído e acolhido os congressos anteriores.


Destaco alguns momentos muito fortes do congresso. Um deles foi a fala do Pe Alberto Panichella onde ele destacou três pontos importantíssimos para a nossa caminhada: “Muita reza, muita luta e muita festa”. É preciso acreditarmos na presença do Cristo libertador na nossa vida e no evangelho, que narra a vida de Jesus e a luta do povo de Deus pela libertação, contra a opressão. As lutas que hoje travamos quando colocamos em discussão na própria igreja ou em vários espaços da sociedade a condição de nós marginalizados, sem-terra, homossexuais, agricultores, pescadores, desempregados, cidadãos, sobre os riscos do consumismo exacerbado imposto pelo capitalismo e a politicagem que se torna cada dia mais comum na nossa realidade. Muita festa para celebrarmos as nossas vitórias, nossas conquistas, nossos encontros e reencontros, nossa fé, nossa resistência, nossa história, a afetividade e a alegria juvenil. O momento foi finalizado com brado das palavras de ordem: “essa é a nossa conduta: é luta, é luta, é luta!”


Outro fala que me recordo e que merece destaque é a do companheiro Sérgio, de Alagoas, quanto a necessidade de nos policiarmos quanto aos nossos princípios, com tantas mudanças devemos parar para pensar: o que queremos, lutamos por que, por quem, pelo que qual o nosso posicionamento hoje diante das condições em que os fatos chegam até nós, principalmente em relação à política, mesmo sabendo da relatividade dos fatos e das condições a que cada um de nós nos sujeitamos.


Um terceiro momento, para mim o mais importante, foi o ato contra a transposição do Rio São Francisco, sobre a ponte, quando afirmamos nossa luta nossa força e “paramos a ponte”. Lembro-me com muita emoção das palavras do Pe Cláudio dirigidas aos guardas de um carro forte que chegaram a apontar armas para a juventude presente: “pois saibam que não se atira nem em bandidos, por que também é vida e nós estamos aqui pela vida e não pela morte”. Em seguida, houve um minuto de silêncio para ouvirmos o som da natureza, o clamor da natureza, da vida.


No retorno para casa, no ônibus, fizemos um momento de reflexão sobre o que foi o congresso e o que estávamos levando de volta para repassar para quem não pode ir e observei alguns depoimentos interessantes, emocionantes, sobretudo por tratar-se de um grupo muito novo na caminhada pastoral, boa parte nem havia participado do congresso anterior e alguns nem mesmo tinham experimentado a realidade de grupos de jovens, em contrapartida, havia jovens que participaram do congresso dos 20 anos.


Uma jovem me falou que “não sabia que na PJMP tinha tanta gente de todo lugar” entendi que para ela era como se fosse somente algo local, da nossa realidade, sem força. Outro afirmou que até então tinha uma opinião contrária a defendida pela PJMP quanto à transposição do Rio São Francisco (um estudante de Geografia) e disse que foi muito importante o esclarecimento de quem vive a realidade do “Velho Chico” (seu potencial natural versus a politicagem da transposição) para entender o que estão querendo fazer de fato.


Um jovem que assessorou a oficina juventudes e mundo do trabalho, integrante da Rede de Jovens do Nordeste relatara que até então desconhecia a força da PJMP, assim como sua mística e se impressionou com o potencial dos jovens que participaram de sua oficina. Houveram também algumas falas de pessoas afastadas que se comprometeram em voltar às atividades pastorais. Outro aproveitou o momento para pedir ajuda na rearticulação de seu grupo de base, tendo em vista suas dificuldades pessoais. Outros jovens, iniciantes na caminhada me disseram que preferiram participar da oficina Trem da história por que era a forma que eles encontraram de conhecer um pouco mais da pastoral, de como se idealizou e desenvolveu-se a PJMP.


Enfim, esses relatos servem para mostrar o poder de transformação que o nosso 3º Congresso teve. Cada um e cada uma de nós que fomos a Bom Jesus da Lapa vimos o quanto é importante a nossa participação, nossa contribuição na construção de um mundo mais justo, fraterno, livre de opressões. Mas precisamos fazer muito mais, precisamos tornar realidade esse sonho em mutirão e os primeiros passos devem ser dados na tentativa de reorganização, crescimento e reestruturação da pastoral, percebidas a partir dos encaminhamentos da Assembléia Nacional, que ficou apagada por ocorrer junto ao congresso, onde foi aprovado um novo modelo de secretaria (equipe de serviço composta por 5 jovens) e de representatividade da comissão nacional( agora por estado e não por regional). As deliberações nos foram apresentadas: lutemos para um Brasil mais justo, pela nossa pastoral melhor articulada e organizada e que, de fato, possamos representá-la nos diversos espaços que podemos ocupar em nossa sociedade. Trabalhemos também por uma igreja libertadora e inclusiva, em que o povo tenha voz, vez e participação.



“É hora de transformar o que não dá mais, sozinho, isolado, ninguém é capaz. Por isso, vem, entra na roda com a gente, também, você é muito importante!”


Lauro Costa
Representante Regional da PJMP - Nordeste 2
Arquidiocese de Natal

Centenário de Dom Helder



Fonte: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/centenario-de-dom-helder


D. Helder sonhou o fim da miséria e da fome. Um mundo justo, em paz, reconciliado e fraterno, onde ninguém precisasse viver na miséria e passando fome. Dom Demétrio Valentini - Bispo de Jales (SP)

Nesta semana temos uma data especial a agendar. No dia 7 de fevereiro se completam cem anos do nascimento de D. Helder Camara. Para personagens com dimensão histórica, a roupagem adequada é a dos séculos.

De fato, o arco de um século situa melhor a importância e a grandeza de D. Helder. É muito acertada a iniciativa de se promover um "ano centenário", para recolher a grande herança deixada por ele.

A iniciativa parte de diversas instituições, a começar pela CNBB, com a presença do seu atual Presidente, D. Lyrio Rocha, na missa de abertura do "ano centenário", em Recife, defronte à Igreja das Fronteiras.

A Cáritas Brasileira se sente particularmente ligada à pessoa de D. Helder, que foi o seu fundador, no ano de 1956. Por isto, ela se antecipa, e promove uma homenagem especial ao seu primeiro secretário geral e presidente no dia 06 à noite. Quando a liturgia tem uma data especial a celebrar, ela começa no dia anterior, com as "primeiras vésperas". A Cáritas se incumbe de entoar os primeiros louvores, sinalizando que a celebração é de "primeira classe"!

Entre tantos predicados, D. Helder foi indiscutivelmente um grande profeta e um sonhador das grandes utopias humanas e cristãs.

Para descortinar os amplos horizontes suscitados pelo centenário do seu nascimento, podemos lembrar os dois grandes sonhos de D. Helder. Ambos em vista da passagem do milênio, que ele nem pôde ver. Como Moisés que não chegou a pisar a terra prometida, só a enxergando do alto do Monte Nebo, assim D. Helder deixou este mundo em 1999, antes da chegada do novo milênio, que ele sonhou com a generosidade de suas grandes utopias.

Pois bem, para o mundo, D. Helder sonhou o fim da miséria e da fome. Um mundo justo, em paz, reconciliado e fraterno, onde ninguém precisasse viver na miséria e passando fome. Este o mundo que D. Helder sonhou para o milênio que já estamos vivendo!

Para a Igreja, D. Helder sonhou, e divulgou, sua grande utopia, carregada de profundo simbolismo: a convocação do Segundo Concílio de Jerusalém! Para entender a força deste sonho, é preciso saber o que foi o primeiro concílio, descrito na Bíblia e realizado no começo da Igreja. Os apóstolos se congregaram em Jerusalém e perceberam a universalidade do Evangelho de Cristo, que precisava romper os limites estreitos do judaísmo e de quaisquer outras amarras culturais e religiosas, para ser levado a toda a humanidade, que o aguardava como terra sedenta de verdade e de amor, pronta para produzir os frutos do Reino de Deus.

Agora, um segundo "concílio de Jerusalém" implicaria a predisposição da Igreja em rever sua caminhada, e o convite ao mundo para se abrir ao Evangelho de Cristo, superando preconceitos e confrontos inúteis, e abrindo caminho para um novo tempo de reconciliação e de paz mundial.

Assim sonhava D. Helder. Ele vinculava seus sonhos a uma data, carregada de simbolismo, para dizer que estes sonhos ultrapassam as possibilidades concretas do nosso dia a dia, mas ao mesmo tempo começam a acontecer se lhes damos abrigo em nossas mentes e em nossos corações. Ele insistia na dimensão comunitária das utopias, alertando que um sonho que se sonha só, fica na ilusão, mas um sonho que sonhamos juntos, começa sua encarnação.

O "Ano centenário" é para voltarmos a sonhar como D. Helder, para nos comprometer com a realização concreta de suas grandes utopias. Apesar das nuvens carregadas de pessimismo que se abateram sobre o mundo no alvorecer deste novo milênio.

Em temos de borrascas os profetas precisam anunciar a bonança!



por Michelle Amaral da Silva última modificação 09/02/2009 11:49
Colaboradores: Dom Demétrio Valentini

Fotos - III Congresso da PJMP

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009